Projeto coordenado pela UFMS será financiado pela Petrobras

Postado por: leonardo.chaves

Projeto desenvolvido pela UFMS foi o vencedor da Oportunidade Petrobras OP2454 – Carta Estratigráfica da Bacia do Pantanal. A pesquisa, coordenada pelo professor Aguinaldo Silva do Câmpus do Pantanal (CPan), busca sistematizar o conhecimento da Bacia do Pantanal e compreender a evolução geológica do local, o potencial energético, os aquíferos de água subterrânea e a dinâmica sedimentar atual.

“O nosso grupo de pesquisa vem estudando o Pantanal há mais de 20 anos, focando as mudanças ambientais e os sistemas fluviais (principais rios) que formam o bioma. A motivação para a proposição do projeto surgiu a partir do conhecimento da publicação no portal da Petrobrás da oportunidade para elaboração de cartas estratigráficas e a Bacia do Pantanal foi incluída, para sistematizar o conhecimento geológico atualizado dessa que é uma das bacias sedimentares brasileiras menos conhecidas desse ponto de vista”, explica o professor Aguinaldo.

O projeto terá apoio financeiro no valor R$ 1,7 milhão, derivados da participação especial prevista na Lei Nº 9478/97, que dispõe sobre a política energética nacional. “Os recursos serão destinados para aquisição de equipamentos, bolsas, pagamento de diárias, combustíveis, passagens e contratação de empresa especializada em trabalho de sondagem e recuperação de testemunho”, fala Silva.

Francisco Ladeira (Unicamp), Mario Luis Assine (Unesp) e Aguinaldo Silva (UFMS) em trabalho no Pantanal

Além da participação dos professores Hudson de Azevedo Macedo do CPan, Patrícia Colombo Mescolotti e Sandra Garcia Gabas, da Faculdade de Engenharias, Arquitetura e Urbanismo e Geografia, o projeto terá a colaboração de pesquisadores de outras instituições, como a Universidade Federal de Mato Grosso, Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul, Universidade Estadual Paulista e Universidade Estadual de Campinas. “O grupo é composto por pesquisadores que já desenvolvem pesquisas no Pantanal e tem participação ativa nos projetos aprovados na Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia do Estado de Mato Grosso do Sul e Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. São pesquisadores que já estão juntos há mais de 15 anos”, ressalta.

Mapa do Pantanal com as diversas planícies que constituem os sistemas deposicionais (mod. de Assine, 2015)

Segundo o coordenador, a pesquisa é dividida em cinco etapas e, dentro dessas fases, são estabelecidas as reuniões de apresentação do projeto, levantamentos bibliográficos e cartográficos, estruturação de um banco de dados, trabalho de campo para identificação das áreas e recuperação de testemunhos sedimentares. “O objetivo é realizar coletas com até 300 metros de profundidades e, após as coletas, essas amostras serão analisadas em laboratório”, detalha. “Na elaboração da proposta, cada pesquisador vai atuar dentro de uma etapa, conduzindo as atividades que no final serão compartilhadas para a elaboração da Carta Estratigráfica. Todas as etapas foram bem planejadas e nas atividades, sempre terá a participação em grupo”, complementa.

“A pesquisa será desenvolvida no período de 18 meses e trarão importantes informações sobre as camadas sedimentares, o que permitirá compreender a evolução geológica da Bacia do Pantanal, fundamental para avaliar seu potencial energético, aquíferos de água subterrânea, e a dinâmica sedimentar atual acelerada pelo recente aumento no aporte de sedimentos para a bacia, que tem induzido mudanças frequentes na paisagem e nos rios do Pantanal. O projeto será um indutor do conhecimento científico e formação de recursos humanos, incluindo bolsas de pós-doutorado”, destaca Silva.

Sobre as expectativas, o professor ressalta que são as melhores. “Além de produzir a Carta Estratigráfica da Bacia do Pantanal, vamos ter a oportunidade de avançarmos no conhecimento da evolução da Bacia Sedimentar do Pantanal ao longo do tempo geológico. É a primeira vez que participo de um edital da Petrobrás e a aprovação foi recebida com muitas felicidades, pois significa a possibilidade de entregar um produto para a Petrobrás e também a realização de um sonho que tínhamos de fazer coletas de testemunhos sedimentares em poços profundos”, finaliza.

Texto: Vanessa Amin – Fotos: Aguinaldo Silva
Matéria publicada originalmente no site da UFMS em  25/09/2024