Pesquisadores da Universidade são selecionados em chamada para enfrentamento da crise climática
Treze pesquisadores da Universidade foram selecionados em uma chamada voltada para o enfrentamento das mudanças climáticas no Estado, com investimento total de mais de R$ 3,4 milhões. O edital é promovido pela Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia do Estado de Mato Grosso do Sul (Fundect-MS).
A chamada tem como objetivo incentivar pesquisas voltadas para o desenvolvimento de tecnologias, produtos, processos, serviços e políticas públicas. O apoio foi disponibilizado para iniciativas com temáticas como desenvolvimento urbano, indústria verde, transição energética, meio ambiente e biodiversidade regional.
A pró-reitora de Pesquisa e Pós-Graduação, Maria Lígia Rodrigues Macedo, avalia que o resultado reforça a qualidade dos pesquisadores da Universidade. “O edital foi muito concorrido e representou um grande desafio para a comunidade acadêmico-científica do Estado, uma vez que pesquisadores de 11 instituições de ensino e/ou pesquisa submeteram propostas para essa chamada. Nesse sentido, ver o sucesso dos pesquisadores da UFMS nos orgulha muito enquanto Instituição”.
Para o diretor de Pesquisa da Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação, Luiz Eduardo Roland Tavares, o resultado reforça que os cientistas têm papel central na busca por soluções de problemas que afetam a sociedade. “Nossos pesquisadores têm demonstrado uma capacidade de competir em alto nível por fomento nas agências estadual e nacionais e também se adaptarem para buscar soluções visando atender temáticas emergentes, como os impactos das mudanças climáticas, cujos efeitos hoje já estão muito evidentes para toda população mundial”.
O edital foi dividido em faixas A e B. Na faixa A, foram selecionadas propostas consideradas emergentes, com projetos que possuam, no mínimo, três doutores, de pelo menos duas instituições distintas do Estado, sendo um deles o coordenador do projeto. Já na faixa B, foram aprovadas equipes consideradas consolidadas com, no mínimo, cinco doutores, de ao menos duas instituições distintas do Estado e de uma instituição de outra região do País, além de dois bolsistas de produtividade do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, sendo um deles o coordenador da proposta. Entre os pesquisadores da UFMS, oito foram selecionados na faixa A e cinco na faixa B.
A professora da Faculdade de Ciências Farmacêuticas, Alimentos e Nutrição Elisvânia Freitas dos Santos foi selecionada na faixa A com o projeto de pesquisa Conversão de biomassa da indústria cervejeira em novos produtos de alto valor comercial: a Bioeconomia de Mato Grosso do Sul. “Esses produtos têm aplicação nas indústrias alimentícia e farmacêutica. A pesquisa busca desenvolver rotas biotecnológicas para transformar resíduos em ingredientes comerciais sustentáveis, promovendo a bioeconomia e a economia circular. Assim, promove a sustentabilidade ao reaproveitar resíduos agroindustriais, contribuindo para a redução do desperdício e o desenvolvimento de tecnologias limpas”, explica.
“Fomentar a ciência voltada para a crise climática é essencial, pois permite o desenvolvimento de tecnologias sustentáveis que reduzem o impacto ambiental das atividades industriais e agrícolas. A transição para uma economia circular e o uso de biomassa como recurso renovável, como proposto no nosso projeto, contribuem para a redução de emissões de carbono, o reaproveitamento de resíduos e a preservação dos recursos naturais”, reforça a professora.
Já o professor do Instituto de Física (Infi) Heberton Wender Luiz dos Santos foi classificado na faixa B, com o projeto Desenvolvimento de (foto)células a combustível para mitigação de metano e produção de hidrogênio verde via conversão de energia solar. “Com o apoio da Fundect-MS, o projeto passará a contar com mais recursos para viabilizar a criação de produtos tecnológicos inovadores focados na mitigação do metano ou biogás. Assim, contribuímos para a redução de emissões de gases de efeito estufa, o enfrentamento às mudanças climáticas, a transição energética e o fortalecimento das energias renováveis em Mato Grosso do Sul”, destaca.
“No nosso projeto, assim como em todas as ações executadas no Laboratório de Tecnologias Avançadas em Energia e Sustentabilidade do Infi, a ciência é a chave para viabilizar uma indústria verde e sustentável, desenvolvendo processos e produtos de base tecnológica que reduzam as emissões de gases de efeito estufa e criem um futuro industrial mais sustentável para o Mato Grosso do Sul e para o planeta como um todo”, finaliza.
Confira os pesquisadores da UFMS com propostas aprovadas na chamada da Fundect-MS:
Faixa A
- Aguinaldo Silva – Câmpus do Pantanal
- Cid Naudi Silva Campos – Câmpus de Chapadão do Sul
- Elisvânia Freitas dos Santos – Faculdade de Ciências Farmacêuticas, Alimentos e Nutrição
- Marivaine da Silva Brasil – Câmpus do Pantanal
- Mauro Henrique Soares da Silva – Câmpus de Três Lagoas
- Vinicius Buscioli Capistrano – Instituto de Física
- Vitor Matheus Bacani – Câmpus de Três Lagoas
- Widinei Alves Fernandes – Instituto de Física
Faixa B
- Denise Brentan da Silva – Faculdade de Ciências Farmacêuticas, Alimentos e Nutrição
- Gelson dos Santos Difante – Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia
- Heberton Wender Luiz dos Santos – Instituto de Física
- Maria Ligia Rodrigues Macedo – Faculdade de Ciências Farmacêuticas, Alimentos e Nutrição
- Moacyr Aureliano Gomes de Brito – Faculdade de Engenharias, Arquitetura e Urbanismo e Geografia